quarta-feira, 29 de julho de 2015

Estranho

Tudo é ainda muito estranho... A ausência é a coisa mais presente no momento.
Quando acordo, espero por aquela chamada que nunca mais recebi. O caminho de casa até ao destino faz-se em total silêncio e na mente passam os melhores momentos de tudo o que fomos vivendo. A gargalhada que os teus olhos davam, enchiam-me o dia e preenchiam-me o ego.
Na verdade tenho falta e o mais importante (mesmo que o negues com esse teu feitio "furacão") é que sei que também sentes essa falta e, como disse, podes negá-lo vezes sem conta pela boca fora, mas eu sei que olhando para os teus olhos encontro a resposta certa e eles dizem-me que, por mais pequeno que seja, aquele vazio está lá.
Confesso que passo bastante tempo a pensar no assunto e, realmente, tenho muita pena daquilo que era e naquilo que nos tornamos. Posso ter falhado, admito (como o sempre admiti), mas sinceramente não percebo como o elo se quebrou e muito menos entendo o facto de não falarmos sobre o assunto, de não ouvires o outro lado e ficares, como sempre, nesse teu egocentrismo levado ao extremo. O que dói mais é isso mesmo, não seres capaz de expor as dúvidas ou pensamentos que tens, até porque sempre tivemos a abertura de falar um com o outro, fosse do que fosse e em que circunstâncias fosse.
Um dia disse-te que sempre estarei aqui para ti... disse e mantenho, tendo a esperança que, quando te passar essa revolta, fales comigo. Pois jamais em tempo algum, por mais que me sinta injustiçado, te virarei as costas. Como te disse, estou SEMPRE aqui para ti.
Se fosse outra pessoa, até podia muito bem passar-me ao lado e fazer o que faço frequentemente, ignorando quem não merece nem o chão que calco... mas tu não és uma pessoa qualquer. Já fazes parte de mim, com aquele jeito especial que te caracteriza e, no teu lugar no meu coração, encontrar gelo dói e entristece... entristece muito.
Se tiver que viver ignorando-te, assim o farei. Mas sem nunca na verdade conseguir que me sejas indiferente por toda a história que nos une.

Filipe Tiago Araújo, 29.07.2015