quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Poder covarde

Num destes dias vi uma notícia que, tal como a pedofilia, me intriga bastante - Já morreram às mãos de parceiros ou familiares próximos, 40 mulheres portuguesas, provocando a existência de 122 crianças órfãs" - a violência doméstica em Portugal, noticiava o Jornal de Notícias (JN).
Não sei se será afirmação da masculinidade ou demonstração de força e de poder do homem perante um ser mais frágil… não sei o que será!
A única coisa que sei é que é um ato de cobardia.
O homem tem que entender – ou fazer um esforço para tal – que só se consegue afirmar medindo forças com gentes do mesmo calibre, ou seja, com ninguém. Pois o homem não é ninguém para praticar “justiça” com as próprias mãos.
A mulher é um ser delicado, sensual e frágil. Todo o homem que ousa levantar a mão a uma senhora deveria ser para acariciá-la, reconfortá-la com um abraço ao final de um dia cansativo de trabalho.
Levantar-lhe a mão com uma rosa vermelha em punho para assinalar o amor de ambos. Perceber que o facto de o homem ser homem, se deve à gestação de 9 meses na barriga de uma mulher, de onde sai para o mundo como uma nova vida.
O homem tem que entender o suspiro, a lágrima e o sorriso de alguém que, durante décadas, lutou pela emancipação para se tornar livre e poder mostrar o seu valor.
A mulher é como uma pena que voa ao sabor do vento, fina e requintada com uma leveza enorme que quando pousa, pousa em “pezinhos de lã” com a delicadeza e postura que uma lady deve ter.   

O homem covarde que a maltrata não merece nada mais que a solidão.

Filipe Tiago Araújo, 27.10.15