segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ferro com peso de algodão

A partir está o ano de 2009...
Com ele, de certo, irão várias lembranças de tempos bem vividos e de emoções fortes. Com ele também foi a alegria de viver, em tempos... Aos poucos, hoje, ainda em 2009, vou recuperando essa felicidade perdida. Já consigo sorrir de novo com gosto, levantar-me da cama sabendo que mais tarde o meu serão será bem passado, enquanto o dia me correrá bem melhor por saber que no fim... lá no finalzinho estou contigo na "ronha" até a madrugada ficar bem alta.
O desejo de estar contigo aumenta, a lógica diz-me que não posso nem devo pedir-to... a irracionalidade entra em conflito com a lógica e com a razão... entro num dilema! Um lado meu, o exterior, mostra-se arrogante por vezes frio e é indelicado, tal como o descreveste, mas tudo tem uma razão de ser. Chama-se a isso auto-defesa. O outro meu lado, o interior, quer fazer contigo o impensável... tocar-te, sentir o teu cheiro, olhar-te tempos infindos, dizer palavras bonitas e uma necessidade enorme de expressar o que sinto. É nesse mesmo momento em que entra a barreira! Aquela barreira entre o ser e o poder ser.
Quase consigo ser de ferro, escapar ao pecado e ao meu sonho de olhos abertos mas depois... bem, depois já estou a escrever por linhas tortas, a sair do tom enviando-te mensagem de carinho, com expressões faciais ou escritas. O ferro torna-se em algodão... leve e fofo.
Talvez aquela falha de comunicação que disseste que havia seria esta. O meu cobertor... o cobertor que me tapa da realidade.
Não quero com isto que te retraias e que mudes a postura... nada disso! Sei separar as águas conscientemente e nada afectará uma amizade cúmplice ainda em construção, pois acima de tudo existe alguém quem tenho respeitado e assim continuará a ser.
E pronto, acabou-se o mistério em volta da minha pessoa... agora já sabes tudo! E ai de ti que toques no assunto... lol... não saberia como reagir. Por vezes é melhor não vermos aquilo que está diante dos nossos olhos!
Aos meus leitores assíduos, um óptimo Natal e um 2010 em pleno.

Filipe Tiago Araújo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Memórias...

Porto, 30 de Novembro de 2009, o relógio marca as 4:38h da madrugada. Depois de alguma ausência em escrever à mão, aqui estou eu novamente a fazê-lo. Sei que mais tarde irei mostrá-lo a todos vocês através da net... mas hoje, mais do que nunca, a minha mão sentiu necessidade de escrever e num pacto com o meu pensamento, ouve a voz do coração e manifesta-se por vontade própria.
Cai-me uma lágrima pelo rosto, num ápice fico com os olhos turvos das recordações que a minha memória me trás. Como é tão doloroso viver de remorsos e sentir o castigo na pele por erros do passado. Muitos de vocês saberão de certo aquilo que sinto, a dor aguda que em noites de chuva como esta, se apodera do estado de alma de cada um. É quando a solidão nos bate à porta e entra sem permissão no escuro do quarto, nos mantém acordados horas infindas e nos chama e tortura sobre erros do passado, passando "o filme" repetidamente pelas nossas mentes já delas doentes, carentes de amor e de um abraço que esperamos mas tarda em aparecer.
Escrevo por me sentir vazio de novo, onde já nem a companhia dos meus amigos me tira do pensamento aquilo que perdi. A época também convida a isso... o Natal aproxima-se. Está a fazer um ano que fui feliz no seu todo. À mesa estavamos todos juntos, comendo, bebendo, rindo, confraternizando sem diferenças uns para com os outros... dia ou noite feliz essa, que recordo com bastante nostalgia e com uma enorme dor por ter sido das ultimas que passei ao lado daquela pessoa que me deu o mundo e eu - na altura - não percebi.
Pobres noites frias estas que gelam ainda mais o meu coração com a dor da tua ausência, do brilho que davas à minha vida! Esse brilho desapareceu e mesmo com o sol no céu a brilhar, a minha alma está perdida no escuro com sede e fome de te encontrar.
O coração vai continuando a bater, mas o olhar está vazio, sem expressão... Chamem-me de alma penada, de pálido ou ET... Mas só tornarei a ganhar brilho, cor e vida quando for teu outra vez.

Filipe Tiago Araújo

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Silent night

Caiu a noite...
Tudo é silêncio agora.
A única coisa que faz barulho é a tua voz na minha mente.
Fecho os olhos e vejo-te... Que saudades!
A lágrima desliza-me pela face e todo o corpo se me arrepia...
Sinto o teu toque... Suave, requintado e profundo.

Abala o meu corpo como se de um furacão se tratasse.
Sinto à flor da pele todo o sentimento que me transmites...
Hum! Suspiro por momentos... Ferro os lábios de desejo... tenho ganas de te tocar.

O meu corpo marca 40º de temperatura à medida que vais deslizando a língua sobre a minha orelha!
Num abraço bem apertado uno os nossos corpos... Consigo sentir o odor do teu corpo.
Suamos à medida que a temperatura vai aumentando...
Os teus beijos deixam-me sem fôlego e as forças fogem-me.
Agarro-as assim que páras aquele beijo intenso...

Agora começas a percorrer o meu corpo inteiro...
Teus toques delicados fazem com que me contorça e suspire baixinho.
A respiração fica ofegante e o controlo sobre mim é escasso...
Pego em ti, agarro-te com todas as minhas capacidades fisicas e juntos fazemos com que o amor aconteça!

Por fim, chega a primeira luz do dia...
O sol entra pela janela e acaba com o sonho!
A realidade é gritante... Estou sozinho e esquecido na minha cama.
O quente do teu corpo é agora o frio da solidão...
A minha alma está vazia e o coração só bate porque tenho medo da morte!

Sem ti, do meu lado, o que fazia sentido agora é apenas confusão...

Filipe Tiago Araújo


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cruzeiro da vida...

A vida passa em velocidade de cruzeiro
Lenta, vaidosa e com destino marcado
Chegará a bom porto passando por mares revoltos
Mares de vidas cruzadas, de olhares tristes e de lágrimas salgadas

O vento dá-te a rota
A brisa lança-te charme e convida-te a banhos
Mas as águas são gélidas, turbolentas e perigosas
Águas da vida que te levam a morte certa
Hoje o meu coração reclama a tua ausência
O ar que respiro já não é mais o teu
Hoje, sofro de enorme carência
O meu coração, sem ti, morreu
Sou alma penada que vagueia sem destino
Vida que a morte levou
Saudade de ti, menino
Saudade de um tempo que passou
Uma lágrima escapa-me pelo rosto
Eternizo as imagens do teu sorriso
Ao recordar-te, faço-o com gosto
Foste, és e serás o meu paraíso
O sufoco do grito que quer sair bloqueia-me
As recordações do toque, do beijo... Me comove
A ira do estado em que estou rebenta-me
Só me faz dizer: FUCK LOVE!
Filipe Tiago Araújo 6.8.09 às 2:42

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Rios de dor


Porto, Janeiro de 2009...

Escrevo-te meu amor

Porque o meu coração já não aguenta tamanha dor.


Escorre uma lágrima pelo rosto...

Desliza, lentamente, parece fogo posto!


Arde a minha face, do gelo que me cai.

Esta dor não atenua, não sai.


Rios de choro, de meses perdidos

Ânsia, sufoco... perca de sentidos.


Ai solidão, como me maltratas!

Ai coração vazio como me matas!!!


Por fim, o silêncio...

Sozinho, esquecido neste vazio imenso.



Filipe Tiago Araújo