sábado, 29 de outubro de 2011

Bibó Porto, carago!

Porto de abrigo...
Porto de orgulho...
Porto Sentido!

Aqueles que mais invejam a tua beleza chamam-te de "cinzenta". São capitalistas, apreciam a modernidade de um arranha-céus, de prédios "rochosos".
Esquecem-se do escuro que isso provoca e ainda têm coragem de te chamar cinzenta?!
Esses mal dizentes esquecem-se do passado e das suas maravilhosas conquistas e histórias. Apenas o povo que te habita é que te reconhece cor! ... Desde o azul e branco, símbolo maior da cidade e que passeia o teu nome além fronteiras, passando pelo tinto do teu vinho com fama reconhecida internacionalmente, acabando no arco-íris de imagens que as casas da Ribeira te proporcionam.
Pelas ruelas e calçadas de Rui Veloso e Carlos Tê, a cidade é poesia aos olhos de quem a vê.
Poesia essa de Agustina Bessa Luis, orgulhosa do seu Porto, escrevendo ao som de Rui Reininho essa tal "Pronúncia do Norte".
Porto de Descobrimentos, tendo ao leme do seu "navio" esse grande homem dos mares, o Infante D. Henrique.
Porto de Passos... não de Coelho mas sim de Concelho. Imponente o edifício da câmara municipal, símbolo da cidade e da sua história. Situada na baixa, já assistiu a muitos acontecimentos... Revoluções de Abril, a festas de S. João, ao renovar sucessivo dos anos, festejos de campeões e ao olhar mais envolvido do turista longínquo.
O Porto é quem leva os fantasmas de Pedro Abrunhosa... é o sítio ideal para rir com uma piada de Óscar Branco.
Esta cidade é vista por um Porto Canal e ouvi-la é um(a) Festival.
No lusco-fusco torna-se mística, envolvente, já dela única e misteriosa. Sem dúvida, especial.
Os seus gostos variam... entre a bela feijoada com tripas à moda do Porto e a saborosa francesinha de paladar único e exclusivo.
Um bom portuense para receber essa "distinção" - a de portuense - tem que subir à beleza arquitetónica da Torre dos Clérigos, pois não é portuense quem quer, só o é quem pode!
A ponte que te liga à outra margem - desse rio que de ouro tem pouco - já te viu menina, moça e mulher.
Acompanhou-te como sendo Património Mundial, Capital Europeia da Cultura em 2001 e acompanha-te todos os dias na travessia rodo/ferroviária, apreciando a tua beleza inigualável na conjugação de cores daquela que é a "cascata" mais bonita do país.
Este Porto também é notícia trazida por Judite de Sousa, é luta pela regionalização defendida por Pinto da Costa, é um Porto de nação aos olhos saudosos de José Maria Pedroto.
Este Porto sou eu, és tu, é quem o vive!
Este Porto deu nome à nação, deu a identidade que lhe faltava...
Esta cidade tem no seu brasão a seguinte distinção: "Antiga Mui Nobre e Sempre Leal Invicta Cidade do Porto".

Filipe Tiago Araújo, 29.10.11 pelas 8:58h

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meu amigo, meu ouvinte...

Olha Zézito, é mais forte do que eu e lá volto a escrever...
Já sabes que vou escrever mais do mesmo e hoje, sendo domingo, e com a chuva a cair forte trazida pelo vento, ainda me dá mais vontade!
O segredo da minha escrita está na gota que cai do céu, assim como uma lágrima que desliza pelo meu rosto porque pensa sempre na pessoa a toda a hora... Sufoca-me e aleija-me, Zé! A dor é imensa e não tenho armas para a derrubar. O peito está frágil e mal aguenta já os suspiros dados pelo coração.
Estou triste Zé. Gostava de poder mudar o mundo e ter voltado atrás com algumas atitudes minhas... Mas os Homens são grandes por terem personalidade e carácter nas decisões tomadas, não é assim meu amigo?
Mas que adianta isso, se o mais importante para mim já o perdi?! Não sei onde fica o bom senso, Zézito! Já não sei mais o que é o certo e o errado... Para que lado pesa mais a balança.
Uma coisa eu sei, Zé... Que graças à força que me dás com lições da tua vida e aos conselhos que recebo do Rui, fico mais forte para bombear o coração com sentimentos positivos.
Mas e depois? ... Depois vem a chuva e o frio numa sintonia perfeita com o vento e me leva a pensar como estaria eu com essa pessoa agora... Aconchegados, quentes a ver um filme até nos deixarmos dormir.
A imaginação é fértil e o sonho de olhos abertos é gratuito!
Como suspiro agora, Zé! E sabes bem que o meu suspiro é de dor e também de alívio... Dor porque penso naquela pessoa e alívio porque é mais fácil não lhe falar. Mas a dor está cá! Veio para ficar...
Hoje apeteceu-me escrever, Zézito!
As palavras decidiram tomar conta do assunto e substituem a minha fala. Estou mudo para o mundo dos sentimentos mas apto de tacto para escrever o que a minha alma pede para que saia de mim, Zé.
Hoje foste o visado do meu texto, foste a minha mais do que perfeita companhia... foste o meu desabafo, meu ouvinte das palavras não ditas mas escritas.
Zé, é como se estivesses aqui e eu a falar contigo, pois tu entendes-me de uma maneira especial dos outros. Não que os outros não me entendam, mas... tu sabes!
Obrigado pelos ouvidos que disponibilizaste ao meu texto.
Obrigado pelos olhos que ouvem as minhas palavras mais profundas.
E assim termino, Zézito... Tinha necessidade de escrever!

Filipe Tiago Araújo, 23.10.2011 às 01:52h

domingo, 16 de outubro de 2011

Como te vejo...

Sei que o vais ler... Porque vi nos teus olhos que não te sou indiferente e que ainda te interessa um pouco, um quase nada daquilo que faço, neste caso, que escrevo.
Escrevo em vão até porque o único assunto que tenho para escrever és tu! Sempre tu!
Já viste como nos conhecemos, a casualidade que foi, o quão engraçado foi? ... E agora acabamos assim! Assim, porque nunca soube lidar com a tua liberdade e nunca soube respeitar o teu espaço. O teu esforço, mesmo ausente de sentimentos, para pervalecer um laço, um elo, foi notório e eu não estava nem aí para isso. Egoísta e com raiva acumulada.... talvez até nem seja raiva... algo de revolta, magoei-te. Feri o teu espaço, feri o teu respeito!
O teu vulcão interior entrou em erupção e as palavras mesmo que não ditas mas saídas em forma de escrita vieram que nem um tiro direitinhas ao ponto mais sensível do meu corpo, ao meu coração.
Respeitei a decisão, entendi e por isso não respondi... era o mínimo que poderia fazer!
Daquilo que poderia ter de ti, fiquei sem nada. Fiquei sem o teu sorriso, sem o teu abraço, mas essencialmente sem o calor de um dos teus olhares.
Passamos um pelo outro e aquilo que outrora foi quente agora torna-se gelado e tenso. E custou e custa!
Conheceste os meus amigos dos quais eu fui o intermediário. Todos que te falam cumprimentam-te... e eu, que fui o responsável para que tal acontecesse, fico a ver. É estranho e não estou habituado ao longo da minha vida que tal aconteça. A situação é nova e se tu soubesses a minha vontade!!! Sim, eu sei que tu sabes... mas agora é tarde e eu vivo a aprender com as consequências dos meus actos.
Fui com o intuito de ver-te mas ao mesmo tempo com o receio de cruzar-me contigo. Aconteceu! Embora tenha sido duro, passei no teste. E se um dia te disse por mensagem que te amava, pois nunca achei que merecesses que to dissesse na cara, hoje vinco esse "Amo-te!".
Digo porque ontem vi os teus olhos com o mesmo brilho da primeira vez, esse olhar que me fez derreter por ti. Mas no final da noite senti o frio da tua ausência e da tua posição tomada anteriormente em relação a nós! Senti a ausência da mensagem a dizer fosse o que fosse, quando na verdade esperava por uma, por muito remota que fosse a minha esperança... Mas tal como fizeste no facebook e como tens feito com a tua mente, também o meu número foi apagado da vasta lista do teu telemóvel. A mensagem não chegou, a ausência feriu-me e a saudade mata-me!
O que vale para meu consolo são os sítios que tu frequentas... Posso ver-te, apenas isso.
Embora ao ver-te já seja um regalo para os meus olhos e para a minha alma. Quanto mais não seja para me culpabilizar por ter sido bárbaro com um ser ausente de sentimentos mas que também é frágil.
Ontem lembrava ao meu irmão o teu toque... o toque da tua mão suave na minha cabeça. O toque da tua cara na minha cara. O olhar intenso a dizer-me mil palavras num silêncio cúmplice. O beijo... hum! Como recordo esse beijo...
Viver recordando-te é bom, mas também dói!
Para rematar, não quero que penses que este pedaço de palavras sejam desculpas para apaziguar o mal que te causei, ou se calhar, que me causei... Nada disso. Estas simples palavras são só para mostrar como me lembro de ti no ínicio e como te quero lembrar até ao fim.
Desculpas não se pedem, evitam-se! Eu não evitei, por isso não te as vou pedir...
Com amor, mas sobretudo como me conheces, com sinceridade... me despeço.

Filipe Tiago Araújo, 15.10.2011 pelas 03:24h