sexta-feira, 29 de junho de 2018

Atado

A batalha com o sono foi dura, esta noite… Voltas e mais voltas na cama e a cabeça não para de trabalhar!
Naveguei por águas agitadas, ventos revoltos e um verdadeiro ciclone de emoções. Acordei desgastado, de remar contra a maré, contra o vento e contra o subconsciente.

Talvez só precisasse dum abraço de conforto… talvez… Embora saiba que o meu abraço seria bem mais importante para alguém que nada tem.
A vida vai passando, ao longe, não se avistam melhores dias. A esperança vai-se perdendo, as forças começam a faltar e com ela, a vontade de acordar no dia seguinte.
Fecho-me no quarto, vendo passar na minha cabeça - repetidamente - o filme duma tempestade sem fim… não se vê bonança lá ao longe… não se vê esperança nem futuro!

Querendo eu acreditar que há uma vida melhor depois desta, não posso esquecer onde estou, o que cá faço e para onde vou.
Escasseia o tempo, o barco já vai longe e o fim está próximo… ao fundo, o horizonte, imenso, vazio e sempre sem esperança.

Espero que o futuro reserve surpresas boas, que devolva a paz interior e que me traga a terra firme, pois as forças para remar estão a desvanecer-se e continuo "sem pé" onde me apoiar.
Filipe Tiago Araújo, 29.06.2018