Todos os dias se vestia de alegria e sorrisos, mas a nu, a realidade estava mesmo despida, cinzenta, de olhos vazios.
A tristeza interior, escondida, obscura e doente dava a vida a uma superfície de uma cara lavada, límpida e alegre... Rindo, fazendo rir e sangrando por dentro. O grito dado no silêncio da alma passa a alegria ao visível da pele.
Talvez a escuridão seja tão imensa... e a necessidade de ver os outros felizes seja a sua felicidade. A sua missão da vida?! Respostas de filosofia... incompletas, inacabadas, sempre com mais perguntas.
O chão fugiu por debaixo dos pés! Descalço, à toa, procurando o norte, na falésia interior.
Tudo tem um propósito... aprendizagem o meu?! Aprender, até aprendi mas já não dá para reparar.
Agora resta digerir, dirigir e ir travando para que nada se acelere até ao último troço da estrada.
Viver conforme sempre vivi... vivendo mas sem já estar vivo.
Filipe Tiago Araújo, 18.03.2019