Essa força natural - de pouca natureza - de escrever, consome-me.
O tempo levou-me as palavras tristes que o meu coração implorava para escrever. Contudo, nem sempre de vazio se enche a alma... O coração iluminou-se, na alma fez-se luz branca... de paz, de felicidade, esperança e trilho.
Nasceu sol na escuridão, no percurso cinzento que o rumo da vida escolheu para mim. Alguns, chamam-lhe destino, eu chamo-lhe a minha fé.
Colmata-se - com a ausência dos que partiram - de coração cheio aqueles que vêm de novo, que vêm de bem e para o bem.
A vida é feita de incertezas, sendo a única certeza a morte. Enquanto ela não chega, esperando eu que venha muito tarde, usufruo do seu brilho, do amor que cultivamos, do amor que tu me dás.
No dia em que Portugal ganhou todas as Nações, a 9 de Junho de 2019, na cidade do Porto... Essa cidade que tanto amo e sinto... devolveu-me o amor.
O Porto é, de facto, a cidade de todos os sonhos e todos os encontros... e o meu, fez-se contigo! Jardins do Palácio afora, ruas despidas de gente, de olhos postos nos ecrãs e nós a caminhar para a felicidade, num dia que se tornou épico por tudo o que o envolveu.
Entretanto, passaram nove meses...
Estamos cá, de pedra e cal. Pelo meio, alguns dissabores... a perda, o romper de laços e agora os dias que estão a mudar as nossas vidas, por esta pandemia.
Estamos cá para viver estes novos tempos de mudança que estão a fazer com que a vida seja vista com outros olhos... e isso, estamos a viver juntos e juntos assim será para o futuro.
Filipe Tiago Araújo, 17.03.2020