Porto, 30 de Novembro de 2009, o relógio marca as 4:38h da madrugada. Depois de alguma ausência em escrever à mão, aqui estou eu novamente a fazê-lo. Sei que mais tarde irei mostrá-lo a todos vocês através da net... mas hoje, mais do que nunca, a minha mão sentiu necessidade de escrever e num pacto com o meu pensamento, ouve a voz do coração e manifesta-se por vontade própria.
Cai-me uma lágrima pelo rosto, num ápice fico com os olhos turvos das recordações que a minha memória me trás. Como é tão doloroso viver de remorsos e sentir o castigo na pele por erros do passado. Muitos de vocês saberão de certo aquilo que sinto, a dor aguda que em noites de chuva como esta, se apodera do estado de alma de cada um. É quando a solidão nos bate à porta e entra sem permissão no escuro do quarto, nos mantém acordados horas infindas e nos chama e tortura sobre erros do passado, passando "o filme" repetidamente pelas nossas mentes já delas doentes, carentes de amor e de um abraço que esperamos mas tarda em aparecer.
Escrevo por me sentir vazio de novo, onde já nem a companhia dos meus amigos me tira do pensamento aquilo que perdi. A época também convida a isso... o Natal aproxima-se. Está a fazer um ano que fui feliz no seu todo. À mesa estavamos todos juntos, comendo, bebendo, rindo, confraternizando sem diferenças uns para com os outros... dia ou noite feliz essa, que recordo com bastante nostalgia e com uma enorme dor por ter sido das ultimas que passei ao lado daquela pessoa que me deu o mundo e eu - na altura - não percebi.
Pobres noites frias estas que gelam ainda mais o meu coração com a dor da tua ausência, do brilho que davas à minha vida! Esse brilho desapareceu e mesmo com o sol no céu a brilhar, a minha alma está perdida no escuro com sede e fome de te encontrar.
O coração vai continuando a bater, mas o olhar está vazio, sem expressão... Chamem-me de alma penada, de pálido ou ET... Mas só tornarei a ganhar brilho, cor e vida quando for teu outra vez.
Filipe Tiago Araújo
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