Ele batia forte e esperançoso, como sempre bateu... Aproximava-se a hora e os pulos, acelerados e intermitentes, desse coração que sempre bateu forte e apaixonadamente por ti, sofria de ânsia e desejo de te ver, uma vez mais.
Eu parecia aquela criança - já homem feito - que em tempos te esperava todos os dia para ver-te como se fosse sempre a primeira vez... e, todas as vezes são, de facto, a primeira vez!
Já não me pertences, é certo, mas sempre me pertencerás, é sabido.
Os meus olhos não te conseguem mentir... e é tão bom saber que consegues (ainda) ler os meus olhos... não sendo eles como todos os outros, porque são meus, mas serão sempre teus assim como o meu coração te jurou eternidade de amor.
Quando te vi, depois duma espera de algumas horas, senti a mesma sensação que sinto cada vez que te vejo... sensação mista de vazio, de amor, de saudade, de distância. Contudo, os teus olhos são como os meus, diferentes de todos os outros mas sempre meus.
Horas de espera valeram por 15 minutos, não uns 15 minutos quaisquer! Mas uns 15 minutos passados contigo, ainda que o assunto não fossemos nós, porque já não há um "nós" que, no final, sempre haverá... tudo valeu a pena.
No final, o meu Eu que bate forte - como sempre bateu - por ti, implorava um abraço, um carinho ligeiro e discreto que fosse, um toque. O teu Eu, diferente do meu mas com a mesma vontade, abraçou-me num longo abraço de poucos segundos como se de uma despedida definitiva se tratasse, deixando a incógnita na minha alma toda ela cheia de certezas que não está certa de nada.
O teu "amor eterno" do final da mensagem na viagem de regresso a casa, foi o conforto que encontrei para que a despedida total não magoasse tão frágil coração que sempre continuará a bater por ti.
A palavra "Sempre" aparece a cada parágrafo deste curto texto de extensas memórias, porque para sempre é o amor que continuarei a ter por ti.
Filipe Tiago Araújo
29.05.2017