sábado, 18 de fevereiro de 2017


Já vi muitos como eles...
Conheço muitas como elas...

Na verdade vivo entre eles e elas.

Eles olham-se, disfarçadamente.
Mais do que mil palavras naqueles olhares cúmplices e faladores...
Elas dão a mão na rua, como as melhores amigas.
Na realidade, elas gostam-se e não têm medo.

Eles ficam-se pelo toque do olhar, imaginando o momento...
Elas olham-se com as mãos, à descoberta de novas sensações.

Verdadeiramente, tanto eles como elas, amam-se.

Sofrem o dobro, vivem pela metade, mas amam como ninguém!
Eles vão extremo... suicidam-se com o desespero...
Bulling físico e verbal, facadas na alma e aquele olhar, que outrora era amor,
hoje é vazio e penoso... a sociedade não aceita que dois corações batam em formato de um.

Elas são valentes... valentia ou mente suja dos "normais"?
Contudo, elas lutam, aceitam-se e vivem.

Eles, não consegue unir laços com amigos e família...
A única ponte que os unirá é a perda! Atiram-se e atingem a liberdade deles e o sofrimento dos outros.
Cobardia? Coragem? ... Desespero, apenas.

Os corações batem. Tanto o deles, como o delas...
Batem, pois! São humanos e, como qualquer ser humano, sentem.

"São especiais!", dizem.
Tanto eles, como elas são mesmo especiais... acreditem!


Filipe Tiago Araújo, 18.02.2017

2 comentários:

Unknown disse...

Não pude deixar de comentar, adorei o texto... expressa na perfeição a forma como vivemos ou mais concretamente a forma como vivo... obrigado

Unknown disse...

é na tristeza que descobrimos boas pessoas. :) um abraço forte
Amaro Figueiredo