Já vi muitos como eles...
Conheço muitas como elas...
Na verdade vivo entre eles e elas.
Eles olham-se, disfarçadamente.
Mais do que mil palavras naqueles olhares cúmplices e faladores...
Elas dão a mão na rua, como as melhores amigas.
Na realidade, elas gostam-se e não têm medo.
Eles ficam-se pelo toque do olhar, imaginando o momento...
Elas olham-se com as mãos, à descoberta de novas sensações.
Verdadeiramente, tanto eles como elas, amam-se.
Sofrem o dobro, vivem pela metade, mas amam como ninguém!
Eles vão extremo... suicidam-se com o desespero...
Bulling físico e verbal, facadas na alma e aquele olhar, que outrora era amor,
hoje é vazio e penoso... a sociedade não aceita que dois corações batam em formato de um.
Elas são valentes... valentia ou mente suja dos "normais"?
Contudo, elas lutam, aceitam-se e vivem.
Eles, não consegue unir laços com amigos e família...
A única ponte que os unirá é a perda! Atiram-se e atingem a liberdade deles e o sofrimento dos outros.
Cobardia? Coragem? ... Desespero, apenas.
Os corações batem. Tanto o deles, como o delas...
Batem, pois! São humanos e, como qualquer ser humano, sentem.
"São especiais!", dizem.
Tanto eles, como elas são mesmo especiais... acreditem!
Filipe Tiago Araújo, 18.02.2017