Hoje, dei por mim a pensar… Numa conversa de amizade, tarde de outono, ruas do Porto e tantos anos depois ainda falo em ti como da primeira vez se tratasse!
A conversa andou sempre em torno de amores e desamores, algo que me custa falar, pelo distanciamento, pela frieza e pela proteção em volta do meu coração.
Dou por mim a falar de ti, desbragadamente… com o orgulho de sempre, como se continuasses a fazer parte de mim… na verdade, fazes. Nunca deixaste de o fazer!
Sinto que quando começo a falar em ti, o faço com tanto entusiasmo e amor que me esqueço que já não estás aqui comigo há mais de 9 anos, creio. Divago nas nossas memórias, de imagens de um álbum feito por ti, de momentos a dois, a solo e até com o Simba o "nosso" gato da altura.
Hoje, vivo contigo no coração… sem dar a hipótese a outro alguém de entrar.
Entretanto, o tempo vai passando, a minha barba já começa a ceder à maturidade, com pelos a branco, com o desgaste do tempo. Começa tudo a regredir, a ponto de sermos uns bebés na velhice… mas há algo que fica intacto, permanente, faz estrago mas que sabe bem… e, isso, é o amor que sinto por ti.
O abraço, sempre que te vejo, é o primeiro de todos, igual ao da Rua Miguel Bombarda, onde corri desalmadamente para te abraçar pela primeira vez. O toque, intenso e bruto, como tu… mas bom. Acompanhado pelo teu olhar doce, a contracenar com a tua força bruta, vem o quente dos teus lábios… que saudades!!!
Numa tarde em que se falou de amor, os meus olhos brilharam ao falar de ti, uma vez… como sempre, para sempre.
Manipulei a conversa para me sentir junto a ti, a navegar pelas memórias ricas em carinhos que tu sempre me deste. Talvez seja carência o que sinto nesta noite, talvez seja saudade, talvez seja… amor.
Estás comigo… hoje e sempre!
Saudades…
Filipe Tiago Araújo, 25.10.2018