sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Histórias da minha história

Hoje, dei por mim a pensar… Numa conversa de amizade, tarde de outono, ruas do Porto e tantos anos depois ainda falo em ti como da primeira vez se tratasse!
A conversa andou sempre em torno de amores e desamores, algo que me custa falar, pelo distanciamento, pela frieza e pela proteção em volta do meu coração.
Dou por mim a falar de ti, desbragadamente… com o orgulho de sempre, como se continuasses a fazer parte de mim… na verdade, fazes. Nunca deixaste de o fazer! 
Sinto que quando começo a falar em ti, o faço com tanto entusiasmo e amor que me esqueço que já não estás aqui comigo há mais de 9 anos, creio. Divago nas nossas memórias, de imagens de um álbum feito por ti, de momentos a dois, a solo e até com o Simba o "nosso" gato da altura.
Hoje, vivo contigo no coração… sem dar a hipótese a outro alguém de entrar.
Entretanto, o tempo vai passando, a minha barba já começa a ceder à maturidade, com pelos a branco, com o desgaste do tempo. Começa tudo a regredir, a ponto de sermos uns bebés na velhice… mas há algo que fica intacto, permanente, faz estrago mas que sabe bem… e, isso, é o amor que sinto por ti.
O abraço, sempre que te vejo, é o primeiro de todos, igual ao da Rua Miguel Bombarda, onde corri desalmadamente para te abraçar pela primeira vez. O toque, intenso e bruto, como tu… mas bom. Acompanhado pelo teu olhar doce, a contracenar com a tua força bruta, vem o quente dos teus lábios… que saudades!!!
Numa tarde em que se falou de amor, os meus olhos brilharam ao falar de ti, uma vez… como sempre, para sempre.
Manipulei a conversa para me sentir junto a ti, a navegar pelas memórias ricas em carinhos que tu sempre me deste. Talvez seja carência o que sinto nesta noite, talvez seja saudade, talvez seja… amor.
Estás comigo… hoje e sempre!
Saudades…

Filipe Tiago Araújo, 25.10.2018

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Ordem e Sucesso

Na mão, um cravo seguro
Agarrando a liberdade
Pensando no futuro
Do passado, nem saudade!

Portugal de encantos
De simpatia e trabalho
País de prantos
Dos braços, um agasalho

Fado prós ouvidos
Musica pró coração
Portugal de sentidos
Alma, tristeza, devoção

Ronaldo, grito de golo
Mourinho, o Especial
Éder, que me deixou tolo
Amália, símbolo nacional

Não esquecendo o passado
De ditadura e fascismo
Dum país arrasado
Sem horizontes, com pessimismo

Sem medo de avançar,
Caminhou valente
Derrotando Salazar
Com um cravo comovente

"25 de Abril, sempre!
Fascismo nunca mais!"
Gritou o povo, ciente
Dando corda aos pedais.

Salgueiro Maia abriu o caminho
À meia noite, "E Depois do Adeus"
Portugal caminha sozinho
Pelo próprio pé e dos seus

Da arma, saiu uma flor
Símbolo de esperança
Portugal, o meu amor
De honestidade e confiança

"Grândola Vila Morena"
Canção já nada censurada
Hino de uma comunidade pequena
De um povo, duma armada

Armada portuguesa essa
Que, contra os canhões seguirá marchando
Na literatura de Camões e Eça
Sempre a escrever, poetizando.

Filipe Tiago Araújo, 17.10.2017