Não há rumo... por dentro a bússola não indica o caminho. O desnorte, a incerteza, a loucura por um caminho que tinha o seu trilho marcado e que, repentinamente, se desvaneceu na escuridão dum interior profundo.
O tempo dita o compasso dos passos. Não espera, é temível e terrível... Tic-tac! Tic-tac! Ditam os ponteiros de um mundo parado que está sempre a girar... é o contraditório da tua vida com a vida real.
O tempo urge... os cabelos mudam a cor e lembram que já falta pouco para o fim. Brancos, como a Luz da passagem ao tempo que parou.
Estou num impasse de dois mundos, reais, mas com dois timming's opostos. A vida segue, veloz, num dia que tem 24 horas... O tempo do meu espaço parou no relógio. Estou gravitacional! Sem capacete e fato, a navegar pelo vazio, sem reação, sem energia, sem "oxigénio" de ideias.
Como o Super-Homem, com a Kriptonite... Sansão sem cabelo e como Ulisses contra Golias!
Preciso de "um pequeno passo para o Homem...", que me faça descer à Terra, tocar com os pés no chão, sentir o bater forte do coração, ativar os ponteiros compassados do meu relógio, encontrar a minha bússola que me aponte o norte e que alinhe os meus tempos ao mesmo fuso horário e velocidade.
Filipe Tiago Araújo, 08.08.2022
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