Tempos de mares agitados... uma tempestade interior que me transtorna a mente, cansa-me o corpo, prende-me as mãos e me amordaça a boca. Os gritos são interiores e silenciosos!
Uma confusão de sentimentos tão comuns mas, ainda assim, tão estranhos quando conjugados ao mesmo tempo.
A superficialidade de quem vive com problemas menores do que aqueles que se debatem para viver tendo tão escasso tempo de vida.
Ir, com o receio de colocar o pé em falso. Ficar, com o medo que seja tarde demais para ficar e assistir de dentro (com visão de quem está de fora!), à monotonia que o tempo nos trouxe.
Os sinais são evidentes, neste mar que bate violentamente nas rochas - mas que ninguém o ouve - as ondas choram o estrondo com que chocam na parede.
Talvez esteja na hora de alguém ouvir o grito que não se faz ouvir! Talvez a confusão passe... talvez.
Por vezes, "o regresso a casa" pode ser o porto mais seguro mas também o mais doloroso.
Que a tempestade que assola este mar, traga paz ao corpo e à mente... e que a vida seja só isso mesmo, viver e ser vivida.
Filipe Tiago Araújo, 30.07.2023