sábado, 27 de abril de 2013

Memórias da tua história e história das tuas memórias


E lá passaram os dolorosos 3 meses...

O teu cadeirão continua vazio!
Poucos são aqueles que têm coragem de se sentar lá. A tua ausência é tão presente que ninguém ousa ocupar o teu espaço que, mesmo vazio vai continuando cheio... Cheio de boas memórias, de história, de gargalhadas, de lágrimas, de ti.
Embora a tua presença não seja física, todos te sentimos muito dentro de nós. Não me parece que algum dia consigamos ultrapassar a tua ausência, até porque isso seria abandonar-te, deixar-te esquecido, mas tu és muito mais importante do que qualquer bem material, do que qualquer matéria prima.
Ensinaste-nos a viver de forma honesta, honrosa, digna e com muita sabedoria... Partilhaste histórias, experiências, vivências e demos a volta ao mundo sem que nunca tivéssemos de sair da cadeira. Viajamos por Angola, Zaire e fomos até Timor pela tua voz alegre, saudosa e cativante. Conhecemos o mundo! Um mundo tão diferente desta realidade. Viajamos e vivemos as tuas histórias, como se lá tivéssemos estado, tal era o entusiasmo com que nos contavas cada momento da tua história.
Hoje resta-nos as memórias das tuas memórias. Deixaste-nos!
Continuo a não aceitar que te foste... porque sei que aguentavas cá ficar, mas deixaste-te ir e isso nunca te vou perdoar. Tinhas mais para nos dar, foste preguiçoso e deixaste-te levar.
Agora, o teu cadeirão tornou-se a cadeira de sonho de todos lá de casa. Fechamos os olhos e conseguimos sentir o teu cheiro, ouvir as tuas gargalhadas e as tuas histórias mas também conseguimos algo que nunca nos tinhas ensinado... voar!
Voar por memórias perdidas, memórias tuas que tantas vezes partilhaste. Deste-nos asas mas quem realmente voa e continua a ser um anjo, és tu!
Paz à tua alma!

Filipe Tiago Araújo, 27.04.2013

1 comentário:

Maxwell disse...

É sempre complicado lidar com a perda de alguém. É como se os momentos ficassem presos aos objectos e locais. Algo que não se controla mas que se aprenda a lidar.