Passaram quase três meses desde que me zanguei contigo por teres partido sem me deixares despedir de ti.
A ausência é tão grande que, mesmo chateado, vim-te ver passado este tempo. As saudades já apertavam e eu só estava a adiar o inevitável.
Já não me lembrava de "sujar" as mãos com a terra que costumo pisar, mas hoje para estar mais perto de ti, decidi colocar as mãos no solo e sentir, de novo, a tua pulsação. Embora estejas na escuridão profunda dessa terra, à noite brilhas com grande intensidade lá no alto dos céus... És o rei do universo, ou então apenas e só o rei do meu universo.
Quase não consigo ler o que escrevo, os olhos cegam-me das lágrimas que deito porque a emoção é forte e o meu ritmo cardíaco quase faz rebentar o meu coração do peito para fora.
Já matei as minhas saudades, mas ao escrever este texto só queria que visses como me tremem as mãos de nervoso e triste que estou pela tua avassaladora ausência... é que nem um "até já" te consegui dar e nem imaginas como isso me faz tão culpado e triste.
Preferi vir sozinho, ver-te. Sabia que as lágrimas não se iam conter e então resolvi nada dizer, fosse a quem fosse, para poder chorar sozinho e assim só tu saberás desta "lamechice".
Venho ver-te muitas mais vezes pois embora me tenhas abandonado, já o mesmo não farei contigo.
Carregava um peso enorme nas costas por não te ter vindo ver, mas agora sinto-me aliviado, com paz interior.
A vista que tens daqui não é nada parecida com o Gerês, mas tu também sempre foste muito citadino, por isso também não é problema para ti. O único senão é estares de costas voltadas para o Dragão, mas eu compreendo-te, pois também não vou "à bola" com o Vítor Pereira, mas deixa para lá, mais cedo ou mais tarde ele vai embora.
Bem, quem vai embora agora sou eu... já passa das 17 horas e isto não é vida.
Falamos noutro dia, agora descansa... em paz.
Filipe Tiago Araújo, 11.04.2013
2 comentários:
Sem palavras.
As lágrimas que me escorrem pelo rosto fazem te perceber aquilo que sinto! Não quase três meses mas já quase 1 ano.
Sentimos um vazio tão eterno como a partido dos nossos avôs. Resta nos a saudade e o prazer de acreditar que eles estão bem em paz.
Muita Força amigo!
Hélio Costa
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