O país que se arrepia ao ouvir Fado - seja pela voz da sua "embaixadora" de sempre, Amália Rodrigues... ou seja pela "representante" de agora, Mariza - arrepia-se porque sente essa nostalgia expressa às cordas de uma guitarra bem portuguesa.
Nos últimos anos temos sofrido como só nós e a Grécia sabemos... Perdemos a esperança, baixamos os braços no momento de ir "à luta", criticamos tudo o que está mal, exercemos o nosso direito de voto mesmo que este seja errado, a corrupção passa-nos à frente dos olhos todos os dias através dos media e nós aceitamos... Aceitamos como se nada estivesse a acontecer.
Nos últimos anos temos sofrido como só nós e a Grécia sabemos... Perdemos a esperança, baixamos os braços no momento de ir "à luta", criticamos tudo o que está mal, exercemos o nosso direito de voto mesmo que este seja errado, a corrupção passa-nos à frente dos olhos todos os dias através dos media e nós aceitamos... Aceitamos como se nada estivesse a acontecer.
Portugal estava parado antes da Revolução de Abril de '74, "acordou" com a democracia e acabou por se acomodar, estagnando ou mesmo regredindo na forma de estar, de pensar e, sobretudo, de viver.
Chegou a TROIKA, aquela mesma que já tinha cá estado nos anos '80, e nós encolhemo-nos. E encolhemo-nos em todos os sentidos... no orçamento familiar, deixamos de comer e de beber da forma a que estavamos habituados, deixamos o carro de lado porque o preço da gasolina é macabro, subiu o IVA e o que é que nós fizemos?! ... Eu digo, resignámo-nos uma vez mais! Fizemos uma espécie de ruído aos ouvidos de quem não nos ouve (governo) e calamo-nos. Simplesmente calamo-nos.
Consulto a Constituição da República e deparo-me com o seguinte: "A Assembleia da República é o parlamento nacional, e é composta
por todos os deputados eleitos. Representa todos os cidadãos.
Os deputados são eleitos pelos portugueses. (...) Nas eleições legislativas, os portugueses votam no partido que
consideram que deve ser chamado para o governo ou no que pensam que
melhor os representa.". Lendo isto e vendo o que se passou, por exemplo, a 15 de Setembro de 2012 quando o país saiu à rua naquela que, segundo a imprensa, a "Manifestação de 15 de setembro terá sido a maior desde o 25 de abril", pergunto: De que serve então a Constituição?! Se os colocámos lá porque são os que melhor nos representam... então porque não poderemos nós destitui-los quando eles nos representam mal?!
Estamos em 2014 e o governo continua a ser o mesmo de 2012 e nada, desde lá até hoje, mudou. O pobre fica cada vez com menos recursos, o rico continua a somar euros nas suas contas já avultadas, a fraude fiscal continua, os compadríos são cada vez mais em maior escala e os pensionistas que trabalharam anos a fio para que o país crescesse veêm agora as suas pensões serem cortadas, quando já todos nós sabemos que o valor mínimo das pensões em Portugal é dos mais baixos da europa, fixado nos 200€, isto se não estiver enganado.
O povo "abandona" o país num acto de último recurso de sobrevivência... Portugal fica "despido" de jovens que veêm o seu futuro hipotecado com a falta de trabalho e emprego. De cinzento ou de negro são estas as cores que pintam a nossa pátria. Mas penso que está mais do que na hora de nos levantarmos, de nos erguermos em uníssono e dizer BASTA! Construir um Portugal melhor, com vontade de crescer e com positividade. Agarrarmo-nos às coisas boas e fazermos mais... Deixar de ver o mundo e a vida passar à frente dos nossos olhos e nada fazermos para reverter a situação.
"Portugal tem muitas coisas boas. Tem
uma das mais baixas taxas de mortalidade infantil do mundo. Em apenas 4
anos, Portugal, construiu o mais importante registo europeu de dadores
de medula óssea. E inúmeras empresas portuguesas trabalham com a NASA.
Portugal Vale a Pena." - Noticia a Rádio Renascença dando um exemplo de que também somos bons em determinados assuntos.
O embaixador do Reino Unido em Portugal diz que, "o número de pessoas que morre em acidentes rodoviários é muito menor, cerca de 2000 em 1993 e de 776 em 2008. O vinho; já era bom, mas agora a variedade e a inovação são notáveis, com muito mais oferta e experiências agradáveis. Também se pode dizer a mesma coisa sobre o azeite e outros produtos tradicionais. A saúde; muitas das minhas colegas têm feito esta sugestão – a qualidade do tratamento é muito melhor hoje em dia, apesar das dificuldades financeiras, etc. A prova está no aumento da esperança de vida, de cerca de 74 em 1993 para 78 anos em 2008. A inovação; talvez seja fruto da minha ignorância do país em 1994, mas fico de boca aberta quando visito algumas das empresas que estão a investir no Reino Unido, altíssima tecnologia, quadros dinâmicos e – o mais importante de tudo – não há medo. Acreditam que estão entre os melhores do mundo, e vão ao meu país, entre outros, para prová-lo.As cores; Portugal tem e sempre teve cores naturais bonitas. Mas a minha memória de 1994 era o aspecto visual bastante cinzento das cidades, desde a roupa até aos carros. Hoje há mais alegria – recordo um português que me disse, talvez com tristeza, que o país estava a tornar-se mais tropical.". Mais um tópico que fica para nos ajudar a levantar a moral e a elevar o nome deste belo país bem mais alto do que todos os outros. E como último exemplo, como não poderia deixar de ser, vem o futebol. Somos um país apaixonado pelo desporto-rei e organizamos o Campeonato da Europa de 2004 e ficamos a saber que: "O director executivo da UEFA, Lars-Christer Olsson, afirmou esta quarta-feira que o EURO 2004 é o melhor Europeu de futebol de sempre. Após o final de uma reunião do comité executivo do organismo em Lisboa, o responsável referiu que «é difícil de encontrar sérios problemas na organização do evento», salientando o bom futebol praticado até ao momento no Campeonato da Europa.
Lars-Christer Olsson recordou que está desde 1992 envolvido neste tipo
de competição e que por isso está a vontade para a afirmar que «o EURO
2004 é o melhor de sempre».
Do ponto de vista da organização, o director executivo considerou que
«nunca um Campeonato da Europa foi tão bem organizado nas diversas
áreas»". Temos ou não que ter orgulho em nós e naquilo que nós somos?! ... Vale muito a pena gostar de quem somos e sobretudo aceitar quem somos, pois tal como diz numa canção cantada por Dulce Pontes"(...) porque afinal falta cumprir o amor a Portugal.".
Filipe Tiago Araújo, 08.05.2014
Sem comentários:
Enviar um comentário