Por estes últimos dias tenho
prestado bastante atenção ao que vai rolando nas redes sociais e vejo que os
portugueses continuam ao seu nível… bem português.
Indignados com os refugiados,
porque o mundo está preocupado com a solução a dar a esta crise HUMANITÁRIA.
Fotografias dos sem-abrigo portugueses têm sido a “sensação” da web, assim como
os distúrbios criados pelos sírios na pacata ilha grega de Lesbo, onde todos os
dias chegam refugiados da guerra na Síria, Iraque e outros países… já para não
falar na ameaça denominada de “Estado Islâmico” que, segundo se consta, alguns
membros do ISIS estarão a fazer-se passar por refugiados para entrar no
Ocidente.
É certo que temos de olhar para
dentro do país e resolver os nossos próprios problemas, que são bastantes.
Certo também, é não podermos ficar indiferentes a este naufrágio da humanidade,
ao desespero de milhares de famílias que fogem da terra natal para sobreviverem
a um clima sempre instável, de guerra, fugir a toda uma vida precária à procura
de condições dignas que qualquer ser humano deve ter direito.
E os “iluminados” portugueses
perguntam: então e os sem-abrigo ou aquelas pessoas que todos os dias fazem
filas enormes para terem uma refeição e
todos aqueles que vivem, em Portugal, no limiar da pobreza?
Sim, têm razão e legitimidade
para colocarem essa questão, à qual a resposta é muito simples… O estado em que
Portugal se encontra atualmente e se vem arrastando desde 1974 é culpa única e
exclusivamente nossa! De todos os portugueses, que não lutamos para mudar o
país radicalmente, escolhemos sempre os mesmos para colocar no poleiro sabendo
que vamos, SEMPRE, sair prejudicados. Somos os mesmos que, com a crise
instalada, fugimos para Franças, Luxemburgos, Suiças, Alemanhas e etc., a dar
contribuição a quem já a tem em doses industriais e, entretanto, abandonamos as
raízes, desertificamos o interior do país, deixamos de ter mão de obra
qualificada e a população fica cada vez mais envelhecida. Porquê? Simples…
Porque vamos à procura de melhores condições de vida.
E agora uma pergunta muito
básica: Estes refugiados vêm fazer o quê? Simples… procurar melhores condições
de vida. Com uma atenuante, tentaram mudar o que estava mal no país de origem
até ao último segundo, mas como se sabe, a Síria é regida pela ditadura de Bashar
Al Assad, que não cede às investidas do povo na tentativa de o derrubar e assim
se criou uma guerra à qual ninguém tem que se sujeitar.
Nós abandonamos a nossa pátria
porque é o mais fácil. Em vez de endireitarmos o que está SEMPRE mal, viramos
as costas olhando para o nosso próprio umbigo e damos rumo à vida, traindo
Portugal. Caso os mais superficiais não saibam, os tais “iluminados”, Portugal
se fechasse a porta à UE teria meios de subsistência para se aguentar devido à
sua vasta área marítima e ao cultivo da terra. Mas somos uns tristes, com
complexos de inferioridade e um analfabetismo acima da média aceitável para
pleno século XXI… que nos queixamos de tudo e de todos, quando na verdade somos
os maiores culpados deste sistema que existe em Portugal, porque somos inertes
e buscamos o mais fácil em vez de enfrentarmos as dificuldades e levarmos o
país a bom porto.
Que moral têm “os iluminados” de
falar sobre refugiados, quando na verdade somos uns borrados?!
Não querem ajudar, não ajudem!
Pois certamente aqueles que virão para o nosso país, virão com a missão de
trabalhar em trabalhos que nós nos recusamos a fazer… e o país é nosso, não é
deles. Pensem bem antes de abordarem com superficialidade questões que são tudo
menos isso… superficiais.
E lembrem-se, no final vamos
todos parar ao mesmo buraco… e porquê? Porque somos todos de pele e osso.
TENHAM VERGONHA E BORREM ESSA CARA COM GUINHA!
Filipe Tiago Araújo, 09.09.2015
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