A arte de confiar não é para todos! Na verdade, até os desconfiados confiam na sua mais profunda desconfiança.
Acho que confiar é algo com... fiança. Nós dá-mo-nos a conhecer com a fiança de confiar a quem nos escuta. Sim, porque nem todos escutam... poucos são aqueles que o fazem, só ouvem. E quem ouve não é para confiar porque, até o mais genuíno e ingénuo dos ingénuos desconfia de quem apenas ouve.
Sempre escutei quem na verdade quis escutar... Dei confiança, com fiança, porque acreditei, porque acredito e só tirarei a fiança quando houver motivos para desconfiar. Até lá, segue o sentimento, a amizade na mais pura essência.
Quando alguém - a última pessoa que esperarias - te diz que não confia em ti, como reagirias? Não reagirias, fácil!
O silêncio do desalento é incómodo, rasga como se de uma faca te apunhalasse pelas costas, de forma violenta e impiedosa.
Os motivos da fiança me ter sido tirada, nunca saberei... será sem fiança desde aqui para a frente, porque não posso dar-me a conhecer ou entregar-me a quem só me ouve e que, pelos vistos, nunca me escutou.
É uma nova realidade, da qual tentarei lidar com a maior frieza e distância, em estilo de adaptação.
Sem fiança, confiando SEMPRE a quem nos ouve. Com fiança, confiando SEMPRE a quem nos escuta.
Sabendo estas diferenças, é meio caminho andado para percebermos em quem devemos confiar.
Filipe Tiago Araújo, 06.03.2015
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