quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Poder covarde

Num destes dias vi uma notícia que, tal como a pedofilia, me intriga bastante - Já morreram às mãos de parceiros ou familiares próximos, 40 mulheres portuguesas, provocando a existência de 122 crianças órfãs" - a violência doméstica em Portugal, noticiava o Jornal de Notícias (JN).
Não sei se será afirmação da masculinidade ou demonstração de força e de poder do homem perante um ser mais frágil… não sei o que será!
A única coisa que sei é que é um ato de cobardia.
O homem tem que entender – ou fazer um esforço para tal – que só se consegue afirmar medindo forças com gentes do mesmo calibre, ou seja, com ninguém. Pois o homem não é ninguém para praticar “justiça” com as próprias mãos.
A mulher é um ser delicado, sensual e frágil. Todo o homem que ousa levantar a mão a uma senhora deveria ser para acariciá-la, reconfortá-la com um abraço ao final de um dia cansativo de trabalho.
Levantar-lhe a mão com uma rosa vermelha em punho para assinalar o amor de ambos. Perceber que o facto de o homem ser homem, se deve à gestação de 9 meses na barriga de uma mulher, de onde sai para o mundo como uma nova vida.
O homem tem que entender o suspiro, a lágrima e o sorriso de alguém que, durante décadas, lutou pela emancipação para se tornar livre e poder mostrar o seu valor.
A mulher é como uma pena que voa ao sabor do vento, fina e requintada com uma leveza enorme que quando pousa, pousa em “pezinhos de lã” com a delicadeza e postura que uma lady deve ter.   

O homem covarde que a maltrata não merece nada mais que a solidão.

Filipe Tiago Araújo, 27.10.15

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Meu querido mês de Outubro

A tarde estava quente, muito boa para a época, estávamos no mês de Outubro... as aulas decorriam normalmente, a seca de sempre, até que o telemóvel vibra e "cai" a tua mensagem dizendo que o trabalho estava finalizado e a praia esperava por ti. Em ato de brincadeira, mas falando a sério, pedi que viesses ter comigo e, para minha surpresa, a reação foi imediata... TU VINHAS!
Em 45 minutos chegaste ao local destinado. Saí das aulas a meio, finalmente o meu dia tinha algum sentido e a rotina quebrada. Fiz um percurso tão pequeno que parecia ter demorado horas a fazê-lo. Entretanto vi-te... estavas de t-shirt preta, calça de ganga da moda e óculos de sol, olhando para todo lado sem saberes de onde te fitava. Descrevia-te ao pormenor e a tua cabeça girava de um lado para o outro à procura do oculto. Entretanto, lá terminei a brincadeira e indiquei-te o caminho certo e ao veres-me deste aquele enorme sorriso!
O teu ar desajeitado dos nervos e da ansiedade deram-te sempre um toque especial, mas o mais especial que há em ti são os teus olhos e o brilho que deles brota. Apaixonei desde o primeiro dia.
Falamos e falamos e falamos... a hora passou num ápice! Convidei-te a veres o pôr-do-sol e tu aceitaste sem pestanejar. Lembro que nesse dia tinha treino, quarta-feira portanto, mas que não fui porque a companhia estava demasiadamente boa.
A lua insidia no mar e lá ao longe vislumbravam-se as embarcações, na linha do horizonte. Foi ao namoro da lua com o mar que aproveitamos o romantismo e nos beijamos, ainda que timidamente, mas com o desejo de o ter feito antes, vezes sem conta.
Deu-se inicio a algo bastante especial e bonito! Aliás, tu, por si só, és bastante especial... Posso até dizer que és a melhor pessoa que conheci e tive o prazer de privar, até hoje. Por vezes, a estas horas da noite que já vai longa, penso em tudo que foi vivido e no que ficou por viver. Penso no que me deste e no tanto que ficou por eu te dar.
Disse-te, em conversa, que no meu blog só escrevia aquilo que era importante para mim... hoje tens essa relevância na minha escrita. Fazes parte do restrito de pessoas que significam muito para mim.
Sempre com o maior orgulho que tenho em ti e com a maior vergonha do que não fui para ti. Deste-me o céu e eu nem a terra te consegui dar, mas esforcei-me para dar o melhor de mim, ainda que o melhor de mim não fosse suficiente para te fazer feliz.
Já escrevo esta história à algum tempo, mas na verdade nunca tive coragem de a terminar, pois acho que o capítulo ainda não ficou fechado. Entretanto, publico o primeiro capítulo no mesmo mês em que te conheci à um ano atrás. O olhar, hoje, já não brilha, é certo... mas esses olhos e esse sorriso contagiam até aqueles que vivem na obscuridade, são luz para as suas almas.
O meu muito obrigado por existires e por fazeres parte da minha vida ainda que não tenha sido na perfeição. As minhas mais sinceras desculpas por nunca te poder ter dado tudo ou mais quanto aquilo que tu me deste. Tens um lugarzinho muito especial no meu coração. 


Ti gosto! :) <3 font="">


Filipe Tiago Araújo, 07.10.2015, 04:02h

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Carta aberta aos "iluminados"...

Por estes últimos dias tenho prestado bastante atenção ao que vai rolando nas redes sociais e vejo que os portugueses continuam ao seu nível… bem português.
Indignados com os refugiados, porque o mundo está preocupado com a solução a dar a esta crise HUMANITÁRIA. Fotografias dos sem-abrigo portugueses têm sido a “sensação” da web, assim como os distúrbios criados pelos sírios na pacata ilha grega de Lesbo, onde todos os dias chegam refugiados da guerra na Síria, Iraque e outros países… já para não falar na ameaça denominada de “Estado Islâmico” que, segundo se consta, alguns membros do ISIS estarão a fazer-se passar por refugiados para entrar no Ocidente.
É certo que temos de olhar para dentro do país e resolver os nossos próprios problemas, que são bastantes. Certo também, é não podermos ficar indiferentes a este naufrágio da humanidade, ao desespero de milhares de famílias que fogem da terra natal para sobreviverem a um clima sempre instável, de guerra, fugir a toda uma vida precária à procura de condições dignas que qualquer ser humano deve ter direito.
E os “iluminados” portugueses perguntam: então e os sem-abrigo ou aquelas pessoas que todos os dias fazem filas enormes para terem uma refeição  e todos aqueles que vivem, em Portugal, no limiar da pobreza?
Sim, têm razão e legitimidade para colocarem essa questão, à qual a resposta é muito simples… O estado em que Portugal se encontra atualmente e se vem arrastando desde 1974 é culpa única e exclusivamente nossa! De todos os portugueses, que não lutamos para mudar o país radicalmente, escolhemos sempre os mesmos para colocar no poleiro sabendo que vamos, SEMPRE, sair prejudicados. Somos os mesmos que, com a crise instalada, fugimos para Franças, Luxemburgos, Suiças, Alemanhas e etc., a dar contribuição a quem já a tem em doses industriais e, entretanto, abandonamos as raízes, desertificamos o interior do país, deixamos de ter mão de obra qualificada e a população fica cada vez mais envelhecida. Porquê? Simples… Porque vamos à procura de melhores condições de vida.
E agora uma pergunta muito básica: Estes refugiados vêm fazer o quê? Simples… procurar melhores condições de vida. Com uma atenuante, tentaram mudar o que estava mal no país de origem até ao último segundo, mas como se sabe, a Síria é regida pela ditadura de Bashar Al Assad, que não cede às investidas do povo na tentativa de o derrubar e assim se criou uma guerra à qual ninguém tem que se sujeitar.
Nós abandonamos a nossa pátria porque é o mais fácil. Em vez de endireitarmos o que está SEMPRE mal, viramos as costas olhando para o nosso próprio umbigo e damos rumo à vida, traindo Portugal. Caso os mais superficiais não saibam, os tais “iluminados”, Portugal se fechasse a porta à UE teria meios de subsistência para se aguentar devido à sua vasta área marítima e ao cultivo da terra. Mas somos uns tristes, com complexos de inferioridade e um analfabetismo acima da média aceitável para pleno século XXI… que nos queixamos de tudo e de todos, quando na verdade somos os maiores culpados deste sistema que existe em Portugal, porque somos inertes e buscamos o mais fácil em vez de enfrentarmos as dificuldades e levarmos o país a bom porto.
Que moral têm “os iluminados” de falar sobre refugiados, quando na verdade somos uns borrados?!
Não querem ajudar, não ajudem! Pois certamente aqueles que virão para o nosso país, virão com a missão de trabalhar em trabalhos que nós nos recusamos a fazer… e o país é nosso, não é deles. Pensem bem antes de abordarem com superficialidade questões que são tudo menos isso… superficiais.

E lembrem-se, no final vamos todos parar ao mesmo buraco… e porquê? Porque somos todos de pele e osso. TENHAM VERGONHA E BORREM ESSA CARA COM GUINHA!   

Filipe Tiago Araújo, 09.09.2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O naufrágio da Humanidade

Olá. O meu nome é Aylan, muitos até podem nem saber de onde venho ou porque estou aqui a escrever-vos, até porque tenho apenas 3 anos de idade.
Tornei-me famoso, não por ser um modelo bebé em publicidade de televisão…não! Tornei-me famoso porque a minha imagem correu mundo, arrastado – inanimado – pelas leves ondas que se partem na costa da Turquia.
Cheguei ao destino. Por fim, cheguei ao destino!
Mas cheguei em condições que muitos outros chegam, em busca do sonho duma vida melhor – no meu caso em busca de uma vida -, fugindo da morte… ironia do destino… morri quando o pior já estava ultrapassado.
O barco lotado em que eu seguia, mais o meu irmão de 5 anos e os meus queridos pais, naufragou e eu não resisti. A vida não me sorriu, pena seja que nem a mim nem ao meu irmão e mamã. O sonho foi-nos roubado ao alcançar o destino… como acontece com tantos outros.
O meu pai resistiu, homem valente! Salvou-se do mar que “engole” muitos como eu e os meus. Está sozinho agora e, o que poderia ter sido o iniciar duma nova vida, tornou-se no maior pesadelo e tristeza no seu coração. As forças que teve para se desenvencilhar do mar perderam-se quando perdeu toda a sua família… como acontece com tantos outros.
Ouvi dizer, pelo próprio, que vai regressar à Síria, o nosso país, por nada mais fazer sentido, visto que morreu por dentro… tem o coração despedaçado, coitado. Como queria poder abraçá-lo agora… como acontece com tantos outros.
Todos, agora, sabem como me chamo. O meu nome é Aylan, perdi a minha precoce vida a tentar ser feliz… como acontece com tantos outros.
O mundo agora treme ao ver a minha imagem vagabundeando na areia, sem reação… os corações tremem e choram a mesma dor que chora o meu pai e como choram tantos outros.
Contudo, parto em paz. Sensação – sem querer – de dever cumprido. Que agora o mundo vai-se mover para trabalhar e resolver este drama humanitário que fustiga as televisões com notícias diárias de mais um barco que naufragou e onde se perderam muitas vidas.
Sou um pequeno herói. Viverei para sempre nas vossas memórias pelo choque que a minha imagem vos criou… a minha como de tantos outros.
Não se esqueçam, o meu nome é Aylan e servi de cobaia ao mar para abrir os olhos ao mundo.


Filipe Tiago Araújo, 03.09.2015

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Estranho

Tudo é ainda muito estranho... A ausência é a coisa mais presente no momento.
Quando acordo, espero por aquela chamada que nunca mais recebi. O caminho de casa até ao destino faz-se em total silêncio e na mente passam os melhores momentos de tudo o que fomos vivendo. A gargalhada que os teus olhos davam, enchiam-me o dia e preenchiam-me o ego.
Na verdade tenho falta e o mais importante (mesmo que o negues com esse teu feitio "furacão") é que sei que também sentes essa falta e, como disse, podes negá-lo vezes sem conta pela boca fora, mas eu sei que olhando para os teus olhos encontro a resposta certa e eles dizem-me que, por mais pequeno que seja, aquele vazio está lá.
Confesso que passo bastante tempo a pensar no assunto e, realmente, tenho muita pena daquilo que era e naquilo que nos tornamos. Posso ter falhado, admito (como o sempre admiti), mas sinceramente não percebo como o elo se quebrou e muito menos entendo o facto de não falarmos sobre o assunto, de não ouvires o outro lado e ficares, como sempre, nesse teu egocentrismo levado ao extremo. O que dói mais é isso mesmo, não seres capaz de expor as dúvidas ou pensamentos que tens, até porque sempre tivemos a abertura de falar um com o outro, fosse do que fosse e em que circunstâncias fosse.
Um dia disse-te que sempre estarei aqui para ti... disse e mantenho, tendo a esperança que, quando te passar essa revolta, fales comigo. Pois jamais em tempo algum, por mais que me sinta injustiçado, te virarei as costas. Como te disse, estou SEMPRE aqui para ti.
Se fosse outra pessoa, até podia muito bem passar-me ao lado e fazer o que faço frequentemente, ignorando quem não merece nem o chão que calco... mas tu não és uma pessoa qualquer. Já fazes parte de mim, com aquele jeito especial que te caracteriza e, no teu lugar no meu coração, encontrar gelo dói e entristece... entristece muito.
Se tiver que viver ignorando-te, assim o farei. Mas sem nunca na verdade conseguir que me sejas indiferente por toda a história que nos une.

Filipe Tiago Araújo, 29.07.2015  

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O Grande, mas pouco!

Lembro-me como se fosse ontem... Casaco vermelho e azul marinho, chupeta na boca, olhar de malandro com as sardas na cara. O narizinho era quase inexistente e, quando com sono, a mão era levada até à orelha como maneira de embalar.
Sempre muito atento e, sem uma única palavra dizer em português, fazia-se explicar pelo indicador da mãozinha pequena dos seus três anos de idade. O cabelo era longo, liso e macio com os cuidados da mamã que o deixara em terras lusitanas ao cuidado do pai (?!) e da avó.
Foi crescendo, aprendendo a língua de Camões e a fazer birras para atingir fins com a célebre frase "... eu atio po chão!". Foi erguendo-se forte na vida, ainda que desamparado - não me quero alongar no desamparo - e foi sendo o meu motivo de orgulho. 
Ainda enquanto pequeno, a mamã, pelo natal, dizia que ele não gostava de bacalhau e foi precisamente nesse dia que começou uma história de amor por um filho que nunca foi!
Então dizia a mamã que o menino não gostava de bacalhau e, ao meu colo, come as batatas cozidas, em forma de puré, bem portuguesas e dá as primeiras dentadas no bacalhau regado com azeite e desfiado para "enganar os tolos"... ao ver aquilo, a mamã, francesa, exclama o seguinte: "És mesmo português!", e sorri.
Ainda que, sempre de mal com a vida, o coração é dócil, de choro fácil, emotivo, temperamental e sempre preocupado, enquanto pequeno, com o grande amor da sua vida... a avó. Recordo-me uma noite em que a avó saiu para ir ver fados ao Teatro Sá da Bandeira e, enquanto não chegava a casa, aquele menino com sono não dormia até ao regresso da sua heroína. Assim que ouvia a porta da rua a abrir, interrogava: "Vó, és tu?" e a avó, regressada dos seus afazeres lá  lhe descansava a alma ao dizer que tinha chegado e ele acabava por resistir ao sono e dormir.
Parecia muito adulto e responsável para a idade que tinha, sendo apenas uma criança, como todas as outras da sua idade.
Sempre tivemos uma relação muito próxima, de conversas e segredos só nossos, de desabafos, de momentos felizes na mais pura brincadeira, de ternura e de sinceridade e fidelidade. Hoje tudo mudou, nos estudos, onde foi sempre o meu maior motivo de orgulho pelas excelentes notas que tirava, regrediu... Deixou-se influenciar pelas más companhias, foi crescendo com má educação e não conseguindo discernir as hierarquias, tratando sempre toda a gente como se de colegas de escola se tratasse. 
Hoje, com 15 anos, fuma, bebe álcool, tem comportamentos de delinquente e está pior do que nunca. Perdi a confiança total nesse miúdo que outrora vi como um filho, que me mente, que mostra desinteresse pelo futuro e que procura ou está sempre no meio dos problemas. Tem a avó como maior referência materna e, em vez de lhe dar descanso e encher de felicidade e orgulho, só lhe rouba anos de vida e enche-lhe o coração de desgosto... É pena! Não saber retribuir tudo aquilo que esta mulher fez por ele e os sacrifícios que passa para não lhe faltar com nada e não é o seu dever, de todo, mas é avó... muito mais do que isso, é uma Super-Avó!
É um caso perdido, completamente, embora a culpa não seja apenas dele, mas uma vez mais, não me vou alongar nesse assunto, os culpados tomarão partido para se assumirem, ou não.
Tem 15 anos, é certo... tem muito para crescer, mas no meu ponto de vista o futuro não augura nada de bom, espero com sinceridade estar 200% enganado.
Atualmente, o que para mim era um motivo de orgulho, agora é uma tremenda baldada de água fria, isto para utilizar uma expressão mais leve. Estou triste, impotente por mim, pela avó e por todos os que gostam dele que, sinceramente, já não são muitos, pois não há quem aguente tanta má educação e estupidez num rapaz que tinha e tem tudo para ser uma criança/homem decente, educado e com boa índole pela criação que teve e pela qual todos os seus primos passaram.
Espero que este texto seja lido de forma introspetiva e que sirva de reflexão para um futuro melhor e como um abre-olhos para surtir efeito a médio prazo, ao visado e aos mais próximos.

Filipe Tiago Araújo    

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Nunca Estarás Só

Há uns que são literalmente cegos de amor por ti e, não te podendo ver, ouvem-te pela voz de outrem. Os que te vêem, idolatram-te dia após dia, cegamente... como sempre, como dantes, para sempre!
O coração deles, portanto o nosso, sente a adrenalina e as "borboletas" na barriga do primeiro olhar, do primeiro beijo, do primeiro contacto, do único grande amor. Amor de uma vida, do antes, do agora e do depois.
Vou subindo os degraus, apressado e nervoso, como se fosse o primeiro encontro... o coração bate forte, aproxima-se a hora de te ver uma vez mais, ao vivo e a cores, com a beleza e a magia de sempre. Sim! Porque tu és mais do que magia... És a fonte de inspiração para todos nós que te amamos louca e cegamente.
Ao cimo da escadaria, estás tu... azul, branco e indomável. Os olhos brilham, olhos de todos nós que te amamos de maneira tão peculiar. Por vezes pareces triste e cinzento, mas a nossa alegria e devoção fazem-te "crescer" e tornas-te imperial, grandioso e ainda mais amado por todos nós, teus seguidores, amantes e devotos.
És a nossa religião, onde depositamos toda a nossa fé, a nossa crença... Se tu soubesses como te amamos tão incondicionalmente, raramente falharias e te voltarias contra nós, que - no fundo - não fazemos nada a não ser amar-te! Tens-nos a teus pés, és o nosso Deus, a nossa realidade, o nosso... AMOR!
Nós, os de sempre, os tais apaixonados e amantes, falhamos contigo porque te exigimos, o que por vezes, não nos podes dar. Mas nunca te tratamos mal, apenas zelamos pelo teu bem, por aquilo que és e naquilo que nos tornaste.
Quando exigimos de ti, porque te queremos ver sempre grande, lá no topo dos topos, revoltas-te e insurges-te contra nós e, se soubesses como magoa!!! Não é justo.
Das raras vezes que nos feres o coração, a nossa resposta será sempre o silêncio, pois é a melhor maneira de ignorar o que não faz sentido... porque te amamos e não te queremos magoar.
Sentados, em silêncio, sem a alegria de outros dias, observamos-te ao longe mas com o sentimento de sempre porque és o nosso amor e nada nem ninguém nos vai separar. Não resistimos e fazemos-te, ainda assim, uma serenata... cantando ao coração para ver se, por fim, acordas e vês que somos aqueles que nunca te abandonam. Que choram de tristeza na derrota, de alegria na vitória, que te abraçam todos os dias para que te sintas em casa (seja no estrangeiro ou no teu país).
Somos aqueles que te levamos ao colinho (o verdadeiro e leal) para que sejas o rei dos réis e que te sintas amado por todos.
Por isso, MEU PORTO - NOSSO PORTO - não cuspas no prato que comes-te porque isso pertence aos outros e nesse campo sempre primaste pela diferença.

"Nunca estarás só
Estamos sempre aqui
Para te ver vencer
E torcer por ti
Todos a cantar
Todos a apoiar
Todos a vibrar
Para te ver ganhar
Força Porto allez
Força Porto allez
Força Porto allez
Força Porto allez" 
Filipe Tiago Araújo, 27.05.2015

sexta-feira, 20 de março de 2015

Carta da Despedida

E tudo teve que terminar onde se iniciou... no nosso lugar, junto ao mar. Sem o brilho nos olhos de outros tempos, nos teus olhos.
Revivemos histórias e memórias no silêncio da noite. A mesma noite que nos acolheu no 1º dia, que nos abençoou ao primeiro toque das nossas bocas... suaves, tímidas e apaixonadas.
Esta vez foi muito diferente das outras vezes. Esta vez foi a vez da despedida daquilo que podia ter sido perfeito no meio de tanta imperfeição. Sem nenhuma palavra dita e no silêncio do vazio da "nossa casa", tocavam músicas que mexiam no teu profundo "Eu" e te fizeram chorar... mantive a minha postura forte, pensando tu, talvez, que fosse até frio, mas não! Não podia desmoronar na tua presença, embora - por dentro - estivesse em cacos, completamente destruído.
Tentei sempre dar-te um sorriso, de que tudo estava bem mesmo no meio da lama, mas na verdade nada poderia estar pior, ambos temos a perceção disso. Enquanto choravas "à vista desarmada", eu chorava por dentro... aguentar uma dor insuportável do coração e tentar sorrir para não te ver chorar, não é para todos.
Todo este desenrolar de situações é culpa minha, mas não só! É culpa daqueles que opinam mais do que aquilo que deveriam opinar. É culpa tua por não te ouvires a ti mesmo e por não teres força para enfrentar o "touro pelos cornos"... é culpa de todos mas quem fica a perder somos nós dois.
Na minha filosofia, os que se sentem sós acabam por querer arrastar os que estão felizes para a solidão a que lhes pertence, tentando - os sós - serem felizes pelo simples facto de já não estarem tão... sós! Tal coisa só é possível porque os manipuláveis são isso mesmo, manipuláveis... e umas frases dum suposto "abre-olhos" torna-se numa lavagem cerebral a quem tinha tudo para tornar os sós, cada vez mais sós.
Continuando a dar importância a quem a tem, a ti, quando senti o roncar do teu carro lá ao longe desfiz-me em pedaços, sendo agora um puzzle difícil de montar. O chão fugiu-me dos pés e o céu caiu-me em cima, talvez porque um mal nunca vem só.
Sei que um dia vais dar valor ao que perdeste, assim como eu dou ao que perdi... e então aí vais pedir-me as mais de 1000 desculpas por me teres deixado, assim como eu te pedi as mais de 1000 desculpas das vezes que falhei contigo.
Ontem, deixei-te ir com a consciência leve, fazendo-te acreditar que estava esclarecido quanto ao motivo da tua decisão em me deixares, mas só o fiz para poderes viajar em paz... porque a desculpa que me deste continua a não fazer sentido depois de tudo estar resolvido. Continuo a acreditar na forte hipótese de que - em como qualquer bom filme - existe um ator secundário que quer roubar o papel principal a quem está a brilhar e, já não é a primeira vez que acontece, lembre-se... amizades terminaram por menos. Cada um deve saber qual é o seu lugar e, por mais amigos que haja, uma relação vive-se a dois e não a três.

Continuo a amar-te, é certo... mas também sei que poderás amar outro homem e ele até poderá amar-te mais do que eu a ti, mas jamais o amarás como me amaste a mim.

Com amor,

Filipe Tiago Araújo

19.03.2015, 03:55h 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Com... fiança!

A arte de confiar não é para todos! Na verdade, até os desconfiados confiam na sua mais profunda desconfiança.
Acho que confiar é algo com... fiança. Nós dá-mo-nos a conhecer com a fiança de confiar a quem nos escuta. Sim, porque nem todos escutam... poucos são aqueles que o fazem, só ouvem. E quem ouve não é para confiar porque, até o mais genuíno e ingénuo dos ingénuos desconfia de quem apenas ouve.
Sempre escutei quem na verdade quis escutar... Dei confiança, com fiança, porque acreditei, porque acredito e só tirarei a fiança quando houver motivos para desconfiar. Até lá, segue o sentimento, a amizade na mais pura essência.
Quando alguém - a última pessoa que esperarias - te diz que não confia em ti, como reagirias? Não reagirias, fácil!
O silêncio do desalento é incómodo, rasga como se de uma faca te apunhalasse pelas costas, de forma violenta e impiedosa.
Os motivos da fiança me ter sido tirada, nunca saberei... será sem fiança desde aqui para a frente, porque não posso dar-me a conhecer ou entregar-me a quem só me ouve e que, pelos vistos, nunca me escutou.
É uma nova realidade, da qual tentarei lidar com a maior frieza e distância, em estilo de adaptação.
Sem fiança, confiando SEMPRE a quem nos ouve. Com fiança, confiando SEMPRE a quem nos escuta.
Sabendo estas diferenças, é meio caminho andado para percebermos em quem devemos confiar.

Filipe Tiago Araújo, 06.03.2015

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Indefinições II

De cinzento veste-se o céu...
Gris como a minha alma
Num corpo que não sou eu,
Numa personagem de trama.


Como cai a chuva lá fora,
À velocidade duma lágrima minha.
Que faço eu aqui e agora?
Se nenhum desejo eu tinha!


O frio entranha-se nos ossos.
Nesses que não quis para mim,
Da carne que me faz tão vossos
De algo que não escolhi, ainda assim.


Tudo se resume à vida...
Ou talvez a este inverno.
Viagem sem retorno, só ida,
Mais tarde vemo-nos no Inferno.


Acompanhado mas sempre sozinho,
Neste trilho sem rumo.
Nos olhos... a falta do brilhozinho,
Envoltos numa nuvem de fumo.


Negro como a noite escura
Está o pensamento
Repleto duma grande loucura
Num buraco sem sentimento.


Nada parece fazer sentido,
Neste confuso mundo.
Tudo parece adquirido,
Não passando dum poço sem fundo.


Filipe Tiago Araújo, 02.02.2015

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Indefinição

Por vezes sinto que não nasci na época certa.
Sinto, talvez até, que não deveria ter nascido.
O incómodo silêncio das noites frias, fazem pensar...
E talvez a detestável filosofia faça sentido
- "Só sei que nada sei!"

O porquê da nossa existência, intriga-me.
Faz sentido nascer para morrer?
E com que objetivo é que somos postos no mundo?
As velhas gentes dizem que tudo tem um ciclo...
Que quando termina um, inicia-se outro novo.
Mas será mesmo assim?

Tudo me parece demasiadamente igual!
Nasce-se, vive-se, morre-se.
Haverá vida para além da vida?

Mas qual o sentido de tudo isto? O propósito?
Mesmo o tempo (a passagem) sendo limitado,
Jamais usufruímos desta oportunidade que nos é dada.
A tão "maravilhosa" vida fica estragada por um simples papel.
Tudo gira à volta do dinheiro!
Isso faz de nós más pessoas... egoístas, materialistas, 
mentalmente limitados e ignorantes, ao mesmo tempo.
Não gosto do dinheiro mas admiro o sonho...
Aí sim, sou feliz!
Faço o que quero, vou para onde quero e não tenho que pagar
o que quer que seja por isso.
Não sei qual o meu rumo na vida... Não sei, sequer, porque ter um rumo!
Tudo é bastante sofrido e desequilibrado, uns com tudo e outros sem nada.
Não entendo isto a que chamamos vida.
E se é para ser infeliz, então não vale mais a pena viver.

Filipe Tiago Araújo, 02:47h 28.01.2015